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sábado, 30 de outubro de 2010

Telaprevir - uma nova droga contra hepatite C crônica

Telaprevir - um novo inibidor de protease específico contra o vírus da hepatite C mostrou-se bastante eficaz para curar pacientes já tratados anteriormente de hepatite C crônica. Os resultados do Estudo Realize foram muito favoráveis. Em pacientes com hepatite C crônica com recidiva do vírus ou sem resposta ao tratamento clássico com interferon peguilado associado à ribavirina por 48 semanas, mostrou excelente resposta. A população estudada continha 25% de pacientes com cirrose hepática, mais de 80% dos indivíduos com carga viral elevada (acima de 800.000UI/ml), 69% do sexo masculino e 45% do genótipo 1. São características de uma população de difícil tratamento.
O estudo comparou o tratamento clássico com dois regimes de administração de 12 semanas de telaprevir: início conjunto com interferon peguilado e ribavirina ou início postergado, após um mês de interferon e ribavirina. O estudo foi duplo-cego, aleatorizado, controlado e multicêntrico.
As taxas de resposta virológica sustentada na semana 24 (RVS24) após o término do tratamento foram superiores a 80% para recidivantes, quase 60% para respondedores parciais e 41% para não respondedores. As taxas de RVS24 para o grupo controle (tratado com esquema clássico) foram muito pequenas: recidivantes - 23%; respondedores parciais - 15% e não respondedores - 5%. Houve pouco aparecimento de resistência viral durante o tratamento e metade dos casos de resistência acabaram respondendo ao tratamento.
Todavia, os efeitos adversos atingiram praticamente 100% dos pacientes estudados. A maioria dos efeitos adversos eram de baixa ou moderada intensidade e de ocorrência comum nesse tipo de tratamento. Os efeitos adversos atribuídos ao telaprevir foram principalmente o exantema (rash - 51%), prurido (52%), anemia (32%) e alterações ano-retais (24%). Os casos de efeitos adversos considerados graves ocorreram em frequencias baixas.
Os resultados são bastante animadores e trazem maior esperança de cura para a hepatite C crônica. Resta agora saber a eficácia desse composto em pacientes virgens de tratamento e em populações mais difíceis, como nos indivíduos co-infectados com HIV e transplantados de fígado por cirrose.

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